O projeto é desenvolvido para auxiliar na prevenção de abusos em locais públicos
Por Amanda Araújo, Douglas Rigamonte e Felipe Camargo
Na última semana (23/10), as estudantes Eduarda Rossi e Lara Prado do Colégio Positivo Júnior, em Curitiba, lançaram um aplicativo anti assédio com intuito de diminuir casos de violência sexual nos ônibus e na cidade. As alunas, que cursam o 9º ano do Ensino Fundamental, desenvolveram o projeto para participarem da 10ª edição da Mostra Soluções Para Uma Vida Melhor, realizado pelo colégio onde estudam. O intuito do evento é propor uma resolução para a sociedade em relação a um tema polêmico. Por este motivo, Eduarda e Lara escolheram o tema dada a relevância atual dele. Segundo dados da Polícia Civil do Paraná, uma mulher é assediada a cada cinco segundos no Brasil; no Paraná, a cada 11 minutos.
De acordo com a professora de língua portuguesa e orientadora do projeto, Claudia Morgenstern, a expectativa do aplicativo, denominado SOS People, é auxiliar as pessoas que sentem receio de se manifestar perante um caso de abuso. “Nós esperamos que esse aplicativo possa auxiliar aquela pessoa que é tímida, que não denuncia por medo. Porque de acordo com a delegada da Delegacia da Mulher de Curitiba, Sâmia Coser, apenas 1% das vítimas denunciam casos de assédio”, afirma a professora.
O SOS People ainda é um protótipo, que funciona a partir de um botão portátil conectado ao bluetooth do celular. Quando a vítima é assediada, tem a possibilidade de acionar o botão com um som forte similar ao de uma sirene para causar espanto ao infrator. Nos casos em que o criminoso está armado ou apresenta periculosidade maior, a vítima aciona o sinal silencioso que emite sua localização em tempo real para os familiares e amigos cadastrados no aplicativo, os quais podem contar com posição simultânea e solicitar a presença da polícia com maior agilidade.
A possibilidade de contar com um aplicativo como este é vista com bons olhos para algumas mulheres, como é o caso da estudante de jornalismo Ana Lopes, que destacou o mecanismo discreto e útil que pode fazer a diferença em situações de abuso. “A ideia do aplicativo é boa e muito útil, pois já sofri assédio várias vezes e tendo uma plataforma como essa ajudaria a colocar um freio na situação”, afirma. Agora, o projeto das meninas de Curitiba está concorrendo a uma vaga na Feira Brasileira de Ciências e Engenharias (Febrace), promovida pela Universidade de São Paulo (USP).